Em busca da igualdade do sorriso num país de iniquidades

Marilis Bason Cury

Resumo


Introdução: A ESF tem o desafio de transformar o modelo assistencial odontológico hegemônico - curativista, individual e mutilador - em um modelo que, além da assistência, promova a qualidade de vida. Considerando que as experiências de cárie estão fortemente polarizadas para os grupos sociais menos favorecidos, melhorar o acesso ao serviço odontológico para essa população é questão de justiça social.

Objetivos: O objetivo deste estudo foi identificar os fatores que contribuem para garantia de um acesso equânime aos serviços de saúde bucal na Estratégia de Saúde da Família. Recentemente, com o PMAQ-AB, o Ministério da Saúde incentiva as equipes de saúde na busca pela melhoria do acesso aos serviços.

Metodologia ou Descrição da Experiência: Este artigo foi o resultado de uma revisão bibliográfica da literatura realizada na base de dados da Biblioteca Virtual em Saúde, com complementação por consulta a documentos oficiais do Ministério da Saúde. Foi utilizado o método de busca integrado e as palavras-chave utilizadas foram: saúde bucal, atenção básica, acesso e equidade. Foram selecionados 10 artigos publicados entre os anos de 2006 e 2012, que são qualitativos, descritivos e analíticos. Após a seleção dos artigos, passou-se a leitura, interpretação e análise crítica dos mesmos. A pergunta norteadora da pesquisa foi “Como garantir acesso equânime ao serviço de saúde bucal na Estratégia de Saúde da Família?”.

Resultados: Fatores institucionais interferem na garantia do acesso equânime ao serviço de odontologia. A equidade deve ser o eixo orientador nas três esferas de governo no direcionamento de recursos, perpetuada localmente nas Unidades de Saúde da Família.

Aspectos culturais também impactam no acesso ao serviço odontológico, e ganham destaque: as crenças populares; o medo que causa aversão ao tratamento ou atua como fator motivador à manutenção da saúde; a dissociação da saúde bucal da saúde geral; a busca por tratamentos alternativos; a percepção de que o tratamento odontológico é uma ação supérflua, um luxo e não um direito; experiências negativas em atendimento anterior.

Conclusão ou Hipóteses: Para garantir acesso equânime ao serviço odontológico na ESF, é primordial garantir a equidade vertical, com direcionamento dos recursos às populações mais vulneráveis; investimento em educação em saúde em resposta às necessidades identificadas na população; além da educação permanente em saúde para reordenamento do processo de trabalho, com foco nas ações de promoção e prevenção.




Palavras-chave


Saúde Bucal; Atenção Básica; Acesso.

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