Visita domiciliar supervisionada: ferramenta para melhoria do trabalho do ACS

Resumo

Introdução: A visita domiciliar com função de acompanhar situações de saúde da família deve abranger as famílias cadastradas.

O convênio com a Secretaria de Saúde do município de São Paulo estabelece a meta mínima para a cobertura de visitas domiciliares dos Agentes Comunitários de Saúde (ACS) em 85% das famílias cadastradas, o que não estava sendo alcançado desde o início da gestão.

Objetivos: Relatar a experiência da supervisão da ESF no uso da visita domiciliar supervisionada para identificar os fatores determinantes da baixa produtividade dos ACS.

Metodologia ou Descrição da Experiência: Com base nos últimos 3 meses de produção que antecedeu o estudo, identificamos os 25 ACS que não atingia a meta de acompanhamento das famílias. Esses foram acompanhados em visitas domiciliares de rotina previamente programadas. Observamos as características do território, das famílias acompanhadas e dos ACS, o que permitiu identificar algumas dificuldades encontradas pelo profissional na viabilização do acompanhamento mensal.

Resultados: Sobre as características das famílias acompanhadas e do território, entre outras questões, foram encontradas algumas dificuldades que impossibilitam as visitas das famílias como predominância de adultos jovens trabalhadores e grande número de pensões, cortiços e prédios que permanecem fechados durante o horário das visitas. Acerca dos processos de trabalho, 80% dos ACS não preenchiam fichas padronizadas, 64% não registravam relatório de visita domiciliar, 64% não organizavam previamente as visitas. A partir dos achados foram realizadas orientações a fim de instrumentalizar e melhorar a organização do trabalho do ACS e viabilizar condições para o acompanhamento adequado de suas famílias.

Conclusão ou Hipóteses: Concluímos que conhecer o território e compreender a organização dos instrumentos de trabalho do ACS a partir da supervisão individualizada é fundamental para detectar as dificuldades em acompanhar as famílias, o que nos auxilia a planejar intervenções de gestão em saúde.