Infestação de escorpião amarelo em área urbana – intersetorialidade, um olhar necessário

Patricia Placoná Diniz, Andréia Aparecida Caggegi, Beatriz Aparecida Imparato, Maria de Fátima Beu, Rachel Bianchi dos Santos

Resumo


Introdução: O Tityus serrulatus, conhecido como escorpião amarelo, é causador de acidentes graves, com registros de óbitos, principalmente em crianças. O aumento da incidência de escorpiões em áreas urbanas está diretamente relacionado à alta adaptação desses animais ao ambiente antrópico, onde as habitações favorecem a sua proliferação. A espécie em questão é a que possui maior dificuldade de controle.

Objetivos: Avaliar o grau e o raio de infestação da uma região urbana com notificações de acidentes de escorpiões. Reconhecer a população sob risco e as características do local para determinar quais medidas de controle e manejo, bem como as instâncias responsáveis acionar.

Metodologia ou Descrição da Experiência: Agentes comunitários de saúde (ACS) responsáveis pelo bairro do Jardim Noronha, Grajaú, Zona Sul de São Paulo, relataram para a vigilância ambiental/zoonoses encontro de escorpiões dentro das casas de suas microáreas. Foi realizada uma inspeção inicial com agentes de zoonoses (AZoo) e biólogas ao local. Os escorpiões foram identificados e a partir dos casos iniciais de avistamento foi traçado um raio de ação para realizar busca ativa. No mês de agosto de 2012 foram feitas três coletas conjuntas entre técnicos da vigilância ambiental e do Instituto Butantan. Nos meses seguintes foram realizadas mais duas coletas pela vigilância junto dos ACS.

Resultados: Na inspeção inicial verificou-se que o padrão de saneamento, habitação e comportamento do bairro favoreciam a proliferação dos escorpiões. Visitamos 102 imóveis, 93 casas e nove terrenos. Dos quais, 14 foram positivos, com total de 113 escorpiões. Em um único terreno, que identificamos ser o foco principal do problema, foram coletados 67 escorpiões. Foram desencadeadas ações junto a Subprefeitura, nos setores de fiscalização e limpeza pública. Fizemos uma capacitação teórica para 30 ACS da Unidade Básica de Saúde local e realizamos treinamento teórico-prático para 20 AZoo. Foram realizadas mais duas coletas nos meses seguintes com captura de 33 e 17 escorpiões respectivamente.

Conclusão ou Hipóteses: A ação intersetorial foi essencial para a diminuição dos escorpiões no local. A parceria entre os ACS e AZoo contribuiu para maior eficiência e efetividade do trabalho. A Subprefeitura limpou o terreno foco do problema e notificou o proprietário. Como prevenção a população tem sido conscientizada sobre a destinação do lixo e acúmulo de material inservível.






Palavras-chave


Intersetorialidade; Integralidade; Risco Comunitário

Texto completo:

Sem título

Apontamentos

  • Não há apontamentos.