Desmistificando o câncer: atividade de educação em saúde e o saber popular

Igor Dórea Bandeira, Daniely Souza Silva, André Teixeira Jacobina, Ronaldo Ribeiro Jacobina

Resumo


Introdução: Com grandes índices de crescimento, o câncer já é a segunda maior causa de mortalidade no Brasil, caracterizando-se como um problema de saúde pública, considerando sua abrangência social, epidemiológica e econômica. Nesse contexto, atividades de educação popular vêm se tornando de fundamental importância nas práticas de prevenção em saúde, principalmente na Estratégia de Saúde da Família.

Objetivos: Relatar a experiência de graduandos de medicina do terceiro período da FMB-UFBA na construção de práticas de educação em saúde a respeito dos principais tipos de câncer em escola estadual de Salvador-BA, através de atividade de extensão do Departamento de Medicina Preventiva e Social.

Metodologia ou Descrição da Experiência: A prática de educação em saúde foi realizada em outubro de 2012 com alunos do ensino médio do Colégio Estadual Odorico Tavares. O corpo estudantil da instituição foi previamente consultado a respeito dos seus principais temas de interesse em saúde, sendo o câncer um dos assuntos que recebeu maior número de votos em eleição direta. Posteriormente foram realizadas, pelos graduandos de medicina, oficinas de câncer de mama, colo de útero, próstata, estômago, pulmão, cólon e reto, com ênfase na prevenção e promoção da saúde, no formato de prática dialogada. As oficinas foram realizadas em círculo, o que colocou todos no mesmo nível e facilitou a quebra da hegemonia na prática discursiva.

Resultados: As oficinas construíram espaços de educação dialógica, não informando somente sobre saúde, mas transformando os saberes existentes, o que proporcionou o desenvolvimento de responsabilidade e autonomia do público para com o cuidado em saúde. A atividade levou à população local conhecimentos a respeito da prevenção, promoção, recuperação e reabilitação em saúde, desmistificando conceitos inadequados sobre câncerologia e fortalecendo princípios como integralidade e universalidade da informação no contexto do SUS. A construção do conhecimento coletivo se deu não pela imposição de saber técnico-científico, mas pelo desenvolvimento da compreensão do processo saúde-doença.

Conclusão ou Hipóteses: A falta de informação ainda prevalece em grande parte da população, sendo que para se reduzir índices de morbidade e mortalidade em relação ao câncer é de crucial importância o diagnóstico precoce e práticas de educação direcionadas para estes grupos, que devem abranger prevenção e identificação das lesões características, fortalecendo articulações para maior cuidado individual e coletivo.


Palavras-chave


Educação em Saúde; Câncer; Educação Popular

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