Calazar: nível de informação de população de risco

Thamara Vieira Rolim, Cynara Carvalho Parente, Ian Melo Martins, Raphael Izidoro de Arruda Neto, Vicente Bezerra Linhares Neto

Resumo


Introdução: A Leishmaniose Visceral, doença conhecida como Calazar, própria de zonas rurais, vem-se urbanizando. Nos estados do Nordeste brasileiro, tornou-se endêmica. Em Sobral, o número de registros mantém-se elevado, chegando a 48 casos e 04 óbitos em 2011 e 21 casos confirmados até setembro de 2012, sendo caracterizada epidemiologicamente como área de transmissão intensa e de alta letalidade.

Objetivos: Frente a dados tão preocupantes, buscou-se analisar que nível de conhecimento sobre a Leishmaniose Visceral apresenta a população de Sobral, cidade no interior do estado do Ceará que mantém elevados registros da doença.

Metodologia ou Descrição da Experiência: Para tal, os monitores da disciplina de Parasitologia do curso de Medicina da Universidade Federal do Ceará em Sobral idealizaram uma campanha, que aconteceu em escolas do município e em locais públicos, durante uma semana do mês de junho e uma semana do mês de setembro no ano de 2012. Os dados foram obtidos durante a ação, através de questionários, antes que fossem elucidadas as dúvidas. Eram dez perguntas objetivas abordando aspectos referentes à epidemiologia, prevenção, clínica e terapêutica. O estudo sistemático transverso baseou-se em uma amostra da população composta por 391 pessoas, de idades variando entre 18 e 55 anos, escolhidas ao acaso e sob consentimento livre e esclarecido.

Resultados: A maioria dos entrevistados afirmou conhecer a doença (99,02%) e estar ciente da sua gravidade (86,76%). Sobre o quadro clínico, os sintomas mais citados foram aumento do volume abdominal (34,02%) e febre (18,55%); 38,14% não reconheceriam um caso suspeito. A respeito da transmissão e prevenção: 46,07% reconheciam o cão como transmissor direto da doença (mordidas e contato com a urina foram citados como mecanismo). Dos 39,21% que sabiam o papel do mosquito, apenas 5,19% conheciam a coleira de deltametrina. Em relação à terapêutica, 88,40% supõem que a doença tem tratamento, mas apenas 29,04% sabiam que ele é endovenoso e longo. 77% procurariam atendimento médico caso detectassem os sintomas.

Conclusão ou Hipóteses: Diferente do que imaginávamos, a população demonstrou ter um conhecimento básico sobre a doença. Os principais equívocos foram a respeito da transmissão e, consequentemente, da prevenção, o que poderia explicar o fato de o número de casos vir se mantendo elevado, já que a busca por tratamento, apesar de reduzir o número de óbitos, não diminui a incidência da doença, enquanto eleva os registros.




Palavras-chave


Leishmaniose Visceral; Parasitologia; Educação em Saúde

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