Impacto da urbanização e Estratégia de Saúde da Família na mortalidade cardiovascular

Thiago Souza Barbosa, Maria Teresa Bustamante Teixeira, Márcio José Martins Alves, Igor Vilela Brum

Resumo


Introdução: O espaço urbano e industrializado possui maior exposição aos fatores de risco para doenças cardiovasculares (DCV) devido ao estilo/qualidade de vida, iniquidades sociais, e dificuldades de acesso e assistência ao sistema de saúde. A Estratégia de Saúde da Família (ESF) possui coberturas diferenciadas entre os municípios, influenciando o processo de morbimortalidade da população.

Objetivos: Analisar as taxas de mortalidade por DCV, ajustadas por idade, dos municípios de Minas Gerais (MG) e verificar sua associação com taxa de urbanização, tamanho populacional e taxa de cobertura da ESF nos municípios.

Metodologia ou Descrição da Experiência: Foi realizado um estudo ecológico que tomou como unidades de análise os 853 municípios do estado de MG. Os dados secundários, para o período de 2006 a 2010, foram obtidos no sítio DATASUS do Ministério da Saúde. Categorizou-se os municípios de acordo com a taxa de urbanização, tamanho populacional e taxa de cobertura da ESF, sendo estas as variáveis explicativas. Realizou-se análise exploratória univariada, seguida de bivariada por gráficos de dispersão e análise comparativa entre as categorias de municípios, estabelecendo-se uma correlação entre as variáveis explicativas selecionadas e as taxas de mortalidade por DCV (variável dependente). O pacote estatístico empregado foi o EPI INFO 7.

Resultados: A taxa de urbanização e o tamanho populacional dos municípios associaram-se positivamente com a mortalidade por DCV, sendo este achado mais pronunciado com a urbanização acima de 80% e com populações entre 80 e 120 mil habitantes. A cobertura da ESF correlacionou-se negativamente com a mortalidade por DCV, sendo este achado ainda mais evidente quando a cobertura da ESF foi menor que 70%. As três variáveis explicativas mostraram dependência entre si na análise bivariada, com a taxa de urbanização e o tamanho populacional do município associando-se negativamente com a cobertura da ESF. A urbanização por sua vez mostrou correlação positiva com o tamanho populacional do município.

Conclusão ou Hipóteses: A mortalidade por DCV é maior quanto mais elevada é a taxa de urbanização e quanto maior é a população nos municípios de MG. Essa mortalidade também se mostrou mais elevada quanto menor a cobertura pela ESF. Esse achado contribui para justificar como o processo de urbanização, o crescimento populacional e a ESF podem influenciar a mortalidade por DCV nos diversos municípios.


Palavras-chave


Urbanização; Estratégia de Saúde da Família; Mortalidade por Doenças Cardiovasculares

Texto completo:

PDF/A

Apontamentos

  • Não há apontamentos.