Fatores de risco a morbimortalidade infantil: desafios da Estratégia Saúde da Família

Fabiana Moraes Moreira, Talita Lena Braga Reis, Luciana Corrêa de Sena Cajado

Resumo


Introdução: Redução da taxa de fecundidade, aumento do acesso a saneamento e serviços de saúde, melhoria das condições de vida, da segurança alimentar/nutricional e do grau de instrução materna: fatores que resultam em redução da morbimortalidade infantil. Entretanto, persistem as disparidades entre regiões socioeconômicas menos desenvolvidas do país, refletindo diretamente nas condições da saúde infantil.

Objetivos: Identificar a presença de fatores de risco para morbimortalidade infantil em menores de um ano e aqueles em situação de risco, entre adscritos de uma área do bairro José e Maria, em Petrolina (PE); melhorar a assistência à saúde e o vínculo dessa população na Estratégia Saúde da Família.

Metodologia ou Descrição da Experiência: Estudo quantitativo, descritivo, transversal, realizado a partir de um projeto aplicativo do Internato de Medicina, com crianças menores de um ano, cadastrados na área III da ESF, do bairro José Maria, em Petrolina (PE). 
Aos cuidadores das crianças, aplicaram-se, em visitas domiciliares entre novembro e dezembro/2012, questionários individuais (questões objetivas) com informações pesquisadas baseadas em fatores de risco relatados em estudos científicos atuais e em dados do Ministério da Saúde, abordando características sócio-econômicas, de assistência à gestação e parto, período neonatal e pós-neonatal, e avaliação do desenvolvimento no primeiro ano de vida.

Resultados: Estudou-se 82,3% (42/51) das crianças menores de um ano na área. Idade média: 05 meses. 26,2% das famílias com renda mensal inferior a um salário mínimo; 19% das mães com menos de 04 anos de estudo, 9,5% menores de 18 anos; 78,5% realizaram 06 ou mais consultas de pré-natal; 42,8% apresentaram intercorrências clínicas durante a gestação; 7,1% das crianças nasceram com baixo peso e 4,7%, prematuras. 66,7% realizaram Teste do Pezinho, 35,7% destas sem o resultado. Nenhuma com má formação congênita; 100% com desenvolvimento normal; 4,7% com desnutrição leve; 9,5% com cartão vacinal desatualizado. 21,4% tiveram aleitamento materno exclusivo até o 6º mês. 73,8% são acompanhadas em puericultura.

Conclusão ou Hipóteses: Como principais fatores de risco, identificou-se: baixa renda familiar mensal e escolaridade materna, complicações pré-natais, pobre cobertura do Teste do Pezinho, desmame precoce e desnutrição. Para cuidado dos casos de risco, iniciou-se acompanhamento regular em puericultura ainda durante o estudo. Aos demais, planejam-se ações de educação em saúde e reorganização do acompanhamento ambulatorial.

Palavras-chave


Morbimortalidade Infantil; Saúde da Criança e Saúde Pública; Saúde Infantil e Atenção Primária

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