Padrões da mortalidade perinatal por sífilis congênita no Brasil, 2000 a 2010

Adriana Valéria Assunção Ramos, Mauricélia Silveira Lima, Francisco Rogerlândio Martins Melo, Alberto Novaes Ramos Júnior

Resumo


Introdução: A sífilis congênita persiste como causa de grande morbi-mortalidade na vida intrauterina, levando a desfechos negativos da gestação em mais de 50% dos casos. Entre esses desfechos incluem-se: aborto, nati e neomortalidade e complicações precoces e tardias nos nascidos vivos. No contexto da Atenção Primária, esses desfechos sinalizam para falhas críticas na atenção materno-infantil.

Objetivos: Analisar as tendências da mortalidade perinatal por Sífilis Congênita no Brasil e macrorregiões ao longo do período de 2000 a 2010 como expressão do monitoramento indireto da qualidade da atenção materno-infantil no país.

Metodologia ou Descrição da Experiência: Estudo realizado com base nos dados de mortalidade obtidos do Sistema de Informação sobre Mortalidade do Ministério da Saúde. Foram estudados todos os óbitos por sífilis congênita (CID-10: A50) ocorridos no Brasil entre 2000 a 2010. A partir daí, foram selecionados os óbitos ocorridos no período perinatal, compreendido entre a 22a semana de gestação (óbitos fetais) e o 7º dia de vida após o nascimento (óbitos neonatais precoces). Por fim, foram calculados os coeficientes de mortalidade perinatal especifica para sífilis congênita (para cada 1.000 nascidos vivos + óbitos fetais de 22 semanas e mais) e analisadas as tendências temporais no país por meio de regressão linear simples.

Resultados: No período em estudo, foram registrados 322.334 óbitos perinatais no Brasil, dentre os quais 1.368 óbitos estavam relacionados à sífilis congênita. Desses óbitos específicos, 841 (61,5%) foram definidos como fetais e 527 (38,5%) como neonatais precoces. O coeficiente médio de mortalidade perinatal no país foi de 0,04, com maior expressão nas regiões Norte e Nordeste. Em termos de números absolutos, a região Sudeste foi responsável por 794 (58%) dos óbitos, seguida pela região Nordeste com 349 (25,5%) óbitos. A mortalidade perinatal por sífilis congênita apresentou tendência de estabilidade temporal no Brasil (R2: 2%; p=0,665) e em todas as macrorregiões.

Conclusão ou Hipóteses: A sífilis congênita apresenta em nosso meio um perfil claro de agravo persistente, com elevada morbimortalidade, refletindo ainda a qualidade insuficiente da atenção materno-infantil e o caráter ainda negligenciado da doença. A Atenção Primária à Saúde tem um papel central na perspectiva nesse enfrentamento com vistas a eliminar a sífilis como problema de saúde pública no Brasil. 

Introdução: A sífilis congênita persiste como causa de grande morbi-mortalidade na vida intrauterina, levando a desfechos negativos da gestação em mais de 50% dos casos. Entre esses desfechos incluem-se: aborto, nati e neomortalidade e complicações precoces e tardias nos nascidos vivos. No contexto da Atenção Primária, esses desfechos sinalizam para falhas críticas na atenção materno-infantil.

Objetivos: Analisar as tendências da mortalidade perinatal por Sífilis Congênita no Brasil e macrorregiões ao longo do período de 2000 a 2010 como expressão do monitoramento indireto da qualidade da atenção materno-infantil no país.

Metodologia ou Descrição da Experiência: Estudo realizado com base nos dados de mortalidade obtidos do Sistema de Informação sobre Mortalidade do Ministério da Saúde. Foram estudados todos os óbitos por sífilis congênita (CID-10: A50) ocorridos no Brasil entre 2000 a 2010. A partir daí, foram selecionados os óbitos ocorridos no período perinatal, compreendido entre a 22a semana de gestação (óbitos fetais) e o 7º dia de vida após o nascimento (óbitos neonatais precoces). Por fim, foram calculados os coeficientes de mortalidade perinatal especifica para sífilis congênita (para cada 1.000 nascidos vivos + óbitos fetais de 22 semanas e mais) e analisadas as tendências temporais no país por meio de regressão linear simples.

Resultados: No período em estudo, foram registrados 322.334 óbitos perinatais no Brasil, dentre os quais 1.368 óbitos estavam relacionados à sífilis congênita. Desses óbitos específicos, 841 (61,5%) foram definidos como fetais e 527 (38,5%) como neonatais precoces. O coeficiente médio de mortalidade perinatal no país foi de 0,04, com maior expressão nas regiões Norte e Nordeste. Em termos de números absolutos, a região Sudeste foi responsável por 794 (58%) dos óbitos, seguida pela região Nordeste com 349 (25,5%) óbitos. A mortalidade perinatal por sífilis congênita apresentou tendência de estabilidade temporal no Brasil (R2: 2%; p=0,665) e em todas as macrorregiões.

Conclusão ou Hipóteses: A sífilis congênita apresenta em nosso meio um perfil claro de agravo persistente, com elevada morbimortalidade, refletindo ainda a qualidade insuficiente da atenção materno-infantil e o caráter ainda negligenciado da doença. A Atenção Primária à Saúde tem um papel central na perspectiva nesse enfrentamento com vistas a eliminar a sífilis como problema de saúde pública no Brasil.

Palavras-chave


Sífilis Congênita; Mortalidade; Controle

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