Grupo Balint e Medicina de Família e Comunidade na formação médica

Ana Luiza de Oliveira Queiroz Teófilo, Bruna Sabbag Pontes, Jordanna Moura, Otacílio Frota, Karoline Araújo

Resumo


Introdução: Grupos Balint está incluso na grade curricular dos cursos de Medicina em escolas que seguem metodologia ativa. A interação entre Teoria Balintiana e Medicina de Família e Comunidade(MFC) proporciona ampla discussão da relação médico-paciente e aquisição de habilidade de escuta e compreensão do paciente de forma holística, o que se configura como principal deficiência da formação médica tradicional.

Objetivos: Relatar a relevância do estudo da Teoria Balintiana associado a prática da MFC em Unidade Escola Saúde da Família(UESF) no desenvolvimento de habilidades e atitudes necessárias à formação médica biopsicossocial do acadêmico de Medicina da Pontifícia Universidade Católica de Goiás(PUC Goiás).

Metodologia ou Descrição da Experiência: O estudo da Teoria Balintiana e a experiência em Grupos Balint na graduação do curso de medicina da PUC Goiás, como Eixo de Desenvolvimento Pessoal, ocorre simultaneamente ao estudo da semiologia médica e ao acompanhamento de consultas de MFC na UESF, no primeiro biênio do curso. O estudo teórico das categorias balintianas associa-se a discussão de casos vivenciados pelo acadêmico em ambiente hospitalar e de MFC. Os grupos seguem os padrões determinados por Michael Balint, com encontros semanais que alternam discussão de teoria e debate no grupo. O acompanhamento de consultas de MFC ilustra as situações discutidas na teoria balintiana e gera experiências e conflitos debatidos no Grupo Balint.

Resultados: A Teoria Balintiana, aliada à experiência na UESF, permitiu o amadurecimento do acadêmico em situações de interação médico-paciente. Nota-se os benefícios dessa experiência no âmbito da MFC, com a ampliação do raciocínio e atenção em detalhes por vezes despercebidos na prática clínica, essenciais para o acolhimento e tratamento adequado de paciente, família e comunidade. Evidencia-se os benefícios na manutenção da saúde do próprio médico, com o alívio das angústias do profissional pelo compartilhamento de emoções e situações vividas. As discussões preparam o acadêmico para uma formação médica biopsicossocial, não somente no âmbito da MFC, mas em qualquer especialidade.

Conclusão ou Hipóteses: Conclui-se que a realização de Grupo Balint somado à experiência com MFC na Atenção Básica à Saúde é relevante no aprimoramento da relação médico-paciente e na otimização da prática clínica. Sua inclusão na graduação de Medicina deve, portanto, ser encorajada.


Palavras-chave


Teoria Balintiana; Formação Médica; Medicina de Família e Comunidade

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