Integração docente-assistencial em MFC e APS na UFSC

Charles Dalcanael Tesser, Maria Francisca Santos Daussy

Resumo


Introdução: A educação e a prática médicas no Brasil vem sendo dominadas pelas especialidades focais e gerais não-MFC. Desde a década de 1990 destaca-se a necessidade da reorientar a graduação para uma formação generalista, com abordagem integral do processo saúde-doença e ampliando as práticas educacionais na APS. A UFSC na década de 80 deu primeiro passo nesse sentido com um projeto de extensão pioneiro.

Objetivos: Apresentar a experiência da UFSC cujos objetivos são: Integrar o curso com serviços de APS; qualificar o ensino, o cuidado, a gestão e o controle social, fortalecendo a APS e o SUS; reorientar e efetivar a formação de graduação para a medicina geral, ampliando a prática educacional na APS.

Metodologia ou Descrição da Experiência: O projeto de extensão cresceu e tornou-se estágio curricular do Internato (10º semestre). Após reforma curricular de 2003. Hoje, do 1º ao 4ª semestre os alunos vão uma tarde (quinzenal) a 7 unidades sob orientação de um professor de Saúde Pública. Do 5º ao 8º semestre os alunos vão uma tarde (quinzenal) às equipes de Saúde da Família (SF) sob supervisão médica.. O Internato foi modificado em 2011 viabilizando a imersão dos alunos nas equipes de SF (36 h/sem por 8 sem) no 9º e 10º semestres, através de convênio UFSC-SMS, sob supervisão de médicos da APS, a maioria com formação em Medicina de Família e Comunidade (MFC), cuja presença e parceria viabilizou os estágios em duplas em 24 unidades.

Resultados: A força desta experiência está no contato precoce e progressivo dos estudantes com a realidade das equipes e do médico da APS, embora a participação no cuidado individual comece apenas a partir do 5º semestre. Antes disso a supervisão não é feita por médicos e são enfocadas ações de saúde pública, sistemas de informação, educação em saúde etc. (o que está em revisão no momento). Após um ano do novo formato, a imersão na APS é o mais bem avaliado estágio do Internato pelos alunos, conforme pesquisa dos centro acadêmico da medicina e docentes e profissionais da APS corroboram a melhoria. Conteúdos teóricos e práticos específicos da APS e MFC antes inexistentes foram introduzidos.

Conclusão ou Hipóteses: A APS é valioso campo de aprendizado em medicina, com potencial de mudar a visão dos alunos sobre a MFC, mas o espaço para ela nas graduações abre-se lentamente com resistências. Necessita-se de um pool de médicos na APS e docentes com expertise em MFC para dar sustentabilidade aos estágios, hoje totalmente dependentes da SMS e de bolsas do PET-Saúde vinculadas à supervisão dos estágios.

Palavras-chave


Educação Médica; Atenção Primária à Saúde; Integração Ensino-Serviço

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