Enfrentamento de obesidade em crianças e adolescentes através de estratégia multidisciplinar

Martha Maria Ferraz de Mattos, Marina Emiko Petlik, Marilisa Stenghel Fróes e Souza, Suzy Naomi Yamaguchi

Resumo


Introdução: No Brasil, o último censo do IBGE mostra aumento do excesso de peso em todas as idades. Mulheres e crianças são mais expostas aos atrativos da mídia, ao preço e facilidade de preparo dos alimentos industrializados. No nosso serviço aumentam as crianças obesas. Os insucessos no controle desse problema justificam o trabalho em equipe envolvendo a família.

Objetivos: Descrever estratégia de trabalho multidisciplinar visando alimentação sadia e atividades físicas de lazer com o objetivo de reduzir o excesso de peso nos nossos pacientes. Sistematizar essas práticas almejando verificar e prevenir complicações associadas ao excesso de peso, de forma reprodutível.

Metodologia ou Descrição da Experiência: Quarenta crianças de sete a 18 anos com IMC acima dos percentis para idade e sexo (Ministério da Saúde 2007/2009-OMS), serão acompanhadas no período de 12 meses, a partir de maio-junho de 2012 com o programa: 1. praticar atividade física supervisionada pelo menos dois dias semanais; 2. avaliação psicológica inicial e final; 3. avaliação com nutricionista de 2/2 meses; 4. avaliação clínica completa com pediatra de 3/3 meses com exames complementares iniciais e finais; 5. atividades em cozinha experimental, precedida de orientação nutricional: quinzenal para crianças e mensal com um adulto responsável. Neste trabalho serão descritos os resultados preliminares de seis meses de seguimento.

Resultados: Das 40 crianças e adolescentes estudados, no período, houveram apenas quatro (10%) desistências, com ampla adesão de 83% das crianças nas avaliações: médica, nutricional e psicológica. Destas 17 (47,2%) apresentaram queda no IMC, quatro (11,1%) mantiveram o IMC e apenas 14 (38,5%) elevaram o mesmo índice, somente uma criança não foi avaliada. Na avaliação inicial, observaram-se: 11 com acantose e cinco hipertensos. Apos exames iniciais onze apresentaram hipercolesterolêmia 12, o HDL baixo, quatro hiperglicemia e nove com HOMA IR elevado. Apenas dois tiveram sinais de esteatose hepática. Não foram observadas disfunções nas funções renais, hepáticas ou tiroidianas estudadas.

Conclusão ou Hipóteses: Observamos que entre as crianças avaliadas, sinais de comprometimento metabólico e clínico chamaram a atenção para doenças crônicas a longo prazo. Os resultados de adesão elevada com significativa adequação do IMC, refletem a importância da estratégia utilizada, e que ela pode favorecer à mudança de hábitos. Esse programa pode ser uma estratégia adequada para o controle da obesidade infantil.


Palavras-chave


Obesidade; Multidisciplinar; Mudança de Hábitos

Texto completo:

PDF/A

Apontamentos

  • Não há apontamentos.