Intervenção breve para uso abusivo de álcool na Atenção Primária à Saúde

Maria Xadia Haddad, Mayra Gonçalves Aragón, Olga Maria Fernandes de Carvalho, Nair Lumi Yoshino

Resumo


Introdução: O alcoolismo está entre os dez mais importantes problemas de saúde no mundo e foi selecionado para compor a lista de prioridades do Programa Nacional de Saúde da Família. A maior parte dos danos relacionados ao álcool não está associado à dependência, mas a padrões de uso de abusivo, para os quais, a Intervenção Breve (IB) é considerada importante ferramenta de prevenção.

Objetivos: Realizar intervenção breve em pacientes com rastreamento positivo quanto ao uso de álcool e avaliar a aplicabilidade dessa intervenção na rotina usual de atendimento dos residentes de Medicina de Família e Comunidade da UNICAMP na Atenção Primária, na cidade de Amparo-SP.

Metodologia ou Descrição da Experiência: Estudo de delineamento tipo intervenção quase experimental, não controlado. O público alvo constituiu-se de 25 indivíduos que apresentaram positividade ao instrumento de triagem CAGE em uma amostra de 206 pessoas, maiores de 18 anos, adscritos a área de atendimento dos residentes em duas Unidades de Saúde da Família. Para a classificação de risco quanto ao uso de álcool foi utilizado o questionário AUDIT, seguido da avaliação do estado motivacional e dos demais passos da intervenção breve como “feedback”; responsabilização e informação. Foram criados instrumentos guias para as consultas de intervenção, além de um menu com os serviços especializados disponíveis e um folheto educativo.

Resultados: Os pacientes com uso de risco na triagem representam 12,13% da amostra total. Destes, seis foram diagnosticados como dependentes, todos do sexo masculino; oito como usuários abusivos/nocivos, dois em uso não nocivo e nove indeterminados. As sessões de Intervenção Breve duraram em média 22 minutos, sendo cinco minutos para os instrumentos de triagem. Os pacientes que faziam uso abusivo de álcool apresentaram uma resposta imediata positiva. Os dependentes de álcool necessitaram de um tempo maior de abordagem e apoio de serviço especializado. A aplicação da IB encontrou alguns obstáculos, como a sobrecarga de serviço dos profissionais, pouca motivação e o não retorno dos pacientes.

Conclusão ou Hipóteses: A Intervenção Breve precisa de adaptações para tornar-se parte integrante da rotina de atendimento, sendo importante realizar a primeira sessão na mesma consulta da triagem, fortalecendo o vínculo. O paradigma preventivo é relevante nessa área. A Atenção Primária é cenário ideal para essa abordagem, cuja operacionalização, envolve capacitação e mobilização dos trabalhadores e gestores em saúde.

 


Palavras-chave


Álcool; Intervenção Breve; Atenção Primária à Saúde

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