Medicamentos escassos em PSF limitam a continuidade do tratamento de pacientes crônicos

Ana Tereza Parahyba Asfor, Valéria Portela Lima, Ana Beatriz Cavallari Monteiro, Geison Vasconcelos Lira

Resumo


Introdução: No Brasil, o acesso a medicamentos é garantido pelo SUS, sendo dever do Estado assegurar sua distribuição universal e gratuita no setor público. Ações terapêuticas de prevenção, diagnóstico e tratamento são essenciais para pacientes crônicos. Entretanto, apesar dos avanços da Atenção Primária, a dificuldade de acesso à medicação continua interferindo na integralidade dessas ações.

Objetivos: Descrever a percepção dos integrantes da Liga de Medicina de Família e Comunidade de Sobral (LIMFACS) sobre as dificuldades referentes ao seguimento de doentes crônicos, devido a falta de medicamentos em PSFs, e ressaltar a importância de investimentos em saúde pública nesse contexto.

Metodologia ou Descrição da Experiência: Semanalmente, integrantes da Liga de Medicina de Família e Comunidade de Sobral, ao acompanhar consultas médicas em postos de saúde do município, deparam-se com pacientes crônicos que não conseguem manter um tratamento contínuo, devido à falta de remédios nas farmácias dos PSFs. Isso ocorre por uma falha na estruturação da Assistência Farmacêutica no SUS, aspecto fundamental para assegurar a qualificação do acesso a medicamentos. Considerando ainda que a maioria da população atendida na Atenção Primária é de baixa renda, a obtenção gratuita desses remédios é, muitas vezes, a única alternativa para adesão ao tratamento.

Resultados: A dificuldade de acesso a medicações ou seu uso incorreto levam, frequentemente, pacientes a retornar aos serviços de saúde e a buscar hospitalizações, sobrecarregando o sistema. Diante disso, a equipe de Saúde da Família, muitas vezes, precisa alterar a medicação desses pacientes mensalmente, a fim de dar continuidade – de alguma forma – ao controle de seus quadros. O que se observa, entretanto, é que, além de contribuir para o abandono ou ineficácia do tratamento, tal situação expõe pacientes a efeitos colaterais de outras drogas que poderiam ser evitados, caso houvesse um fornecimento adequado de medicamentos.

Conclusão ou Hipóteses: Os medicamentos são parte importante dos gastos dos serviços de saúde, sendo necessárias ações em prol do seu uso racional. Além disso, a fim de garantir a universalidade do acesso saúde e contribuir para a melhoria na qualidade de vida da população, o Estado deve garantir o abastecimento dos medicamentos considerados essenciais, por meio da estruturação da Assistência Farmacêutica no SUS.

 


Palavras-chave


Programa Saúde da Família; Doença Crônica; Continuidade da Assistência ao Paciente

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