Rastreamento de lesão renal no seguimento de pacientes com hipertensão arterial sistêmica

Ana Duboc Rochadel, Aclair Alves Ferreira Dallagranna, Won Kyung Kim, Juliana de Oliveira Soares, Jorge Samuel Dias Lima

Resumo


Introdução: A hipertensão arterial sistêmica é condição sensível à Atenção Primária em saúde e atinge 17 milhões de brasileiros (IBGE). A incidência de doença renal crônica em hipertensos é cerca de 156 casos por milhão (Junior, 2004). A detecção precoce da doença renal e condutas terapêuticas apropriadas para o retardamento de sua progressão podem reduzir o sofrimento dos pacientes e os custos financeiros.

Objetivos: Buscar por meio de uma revisão de literatura as melhores evidências sobre os exames de bioquímica utilizados para o rastreamento de lesão renal secundária a doença hipertensiva arterial.

Metodologia ou Descrição da Experiência: Realizada pesquisa na base de dados Pubmed entre 24/07/2012 e 29/07/2012 com os MeSH terms: Hypertension, Renal Insufficiency, Biological Markers/analysis, Biological Markers/blood, Biological Markers/diagnostic use, Biological Markers/urine, Humans, Review. Foram encontrados, lidos e analisados quinze artigos que correspondiam aos critérios de pesquisa, dos quais foram excluídos 12 artigos por não terem os exames como finalidade de estudo. Foram considerados para esse estudo apenas três artigos, que serviram de base para a revisão de literatura.

Resultados: Dois são ensaios clínicos, envolvendo respectivamente 748 e 917 sujeitos recém diagnosticados hipertensos, analisam a microalbuminúria, obtida pela relação albumina/creatinina urinária (≥22 mg/g homem e ≥ 31 mg/g mulher). Um estudo transversal comparou-a com alterações no ECG e retinopatia (2C). O segundo, coorte de 11,8 anos de hipertensos sem comorbidades, comparava microalbuminúria inicial com desfechos clínicos: insuficiência renal crônica e eventos agudos cerebrovasculares e cardiovasculares (2B). O terceiro, revisão de literatura de 85 artigos, que mostraram associação entre microalbuminúria e doença endotelial sistêmica, aumento do risco cardiovascular e insuficiência renal crônica.

Conclusão ou Hipóteses: De acordo com os estudos levantados, há evidências que a microalbuminúria tem relação direta com dano endotelial e tem valor no rastreamento de lesão renal, mas são necessários mais estudos para determinar se somente esse exame é suficiente e a periodicidade em que deve ser solicitado no acompanhamento do paciente hipertenso na Atenção Primária.





Palavras-chave


Hipertensão Arterial Sistêmica; Lesão Renal; Rastreamento

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