Resultados da aplicação do inventário de Beck em pacientes com diabetes mellitus

André Rocha dos Santos, Felipe Brissi Bonventi, Andréa Manfredini, Marisa Laporta Chudo

Resumo


Introdução: Sintomas depressivos são relacionados a pior controle glicêmico e prejuízo da qualidade de vida, obstáculos ao sucesso terapêutico em pacientes com Diabetes Mellitus. Conforme sugerido por outros estudos o Inventário de Beck pode auxiliar na detecção precoce dos mesmos, sendo portanto utilizado neste estudo para pesquisa de depressão em pacientes diabéticos.

Objetivos: Estimar a prevalência de depressão através da aplicação do Inventário de Beck em indivíduos com diagnóstico de Diabetes Mellitus, assistidos por uma Unidade Básica de Saúde (UBS) no município de Guarulhos, São Paulo (SP), Brasil.

Metodologia ou Descrição da Experiência: O trabalho foi realizado na UBS Rosa de França, em Guarulhos (SP, Brasil), com pacientes diabéticos cadastrados no HiperDia (sistema para cadastro e acompanhamento de pacientes hipertensos e diabéticos assistidos pelo Sistema Único de Saúde). Primeiramente foi feito uma análise dos prontuários destes pacientes, com o intento de identificar quais apresentavam em seus registros hipótese/diagnóstico de depressão, ou uso de medicamentos anti-depressivos. Na ausência destes dados, foi solicitado que comparecessem à UBS para atividade do HiperDia e aplicação do Inventário de Beck, sendo posteriormente classificados segundo ausência de depressão ou gravidade da mesma, conforme o resultado obtido.

Resultados: Foram analisados 78 prontuários, sendo que 10 (12,8%) continham informações sobre uso de medicamentos anti-depressivos ou hipótese diagnóstica de depressão. Dos demais pacientes, convocados para aplicação do Inventário de Beck, compareceram 31, sendo que destes 68% eram do sexo feminino. A mediana de idades foi 63,1 anos, e 81% fazem uso regular de insulina exógena como parte integrante de seu tratamento. A partir dos escores obtidos, vimos que 35% dos pacientes apresentavam ausência de depressão ou depressão leve, 39% depressão leve a moderada, 13% depressão moderada a grave e 13% depressão grave.

Conclusão ou Hipóteses: Neste estudo, o inventário de Beck resultou depressão leve a grave em 65% dos casos avaliados. Portanto, pode-se considerar seu uso como ferramenta de auxílio à equipe de Atenção Básica à saúde para avaliação e acompanhamento de pacientes com Diabetes Mellitus.


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