Pet-saúde e a qualificação da Atenção Primária à Saúde da gestante

Thiago Miranda Ferreira, Maria Isabel Borges Moreira Saúde, Alessandra Maciel Martins, Dângelo Oliveira e Silva

Resumo


Introdução: O PET-Saúde tem o compromisso de desenvolver pesquisas que contribuam para qualificar a atenção a grupos prioritários na atenção básica, dentre estes, o de gestantes. No Brasil e em Minas Gerais (MG), no ano de 2009, cerca de 60% dos óbitos infantis relacionaram-se a afecções originadas no período perinatal. O trabalho da Estratégia Saúde da Família (ESF), apoiado nos princípios do SUS, deve se comprometer com a adequada assistência à saúde da gestante e puérpera, objetivando mudanças positivas neste panorama epidemiológico. Neste cenário, foi proposto o desenvolvimento de estudo para identificar como a atenção a este grupo vem se dando em Uberaba-MG.

Objetivos: Descrever o atendimento à gestante por médicos da Estratégia Saúde da Família no município de Uberaba-MG.

Metodologia: Foi solicitado aos médicos que respondessem a um questionário com perguntas semi-estruturadas. A análise considerou a frequência das respostas.

Resultados: Responderam ao questionário 20 médicos (40% do total de médicos da ESF no município), sendo 75% sexo feminino (n=15) e 55% da faixa etária de 20 a 39 anos (n=11). Dos respondentes, 60% graduaram-se há menos de 20 anos (n=12), a maioria na UFTM (n=13 ou 65%) e 35% possuem especialização lato sensu em Saúde da Família (n=7). Referiram realizar atendimento individual à gestante 60% dos respondentes (n=12), sendo que 66,7% destes não fazem atendimentos em grupo (n=8). Relataram que as gestantes chegaram ao serviço por demanda espontânea ou busca ativa realizada pelos agentes comunitários de saúde. Como principal problema no atendimento deste grupo apontaram a fragmentação da rede (n=7 ou 35%), com destaque para dificuldade de referência para realização de exames (n=5 ou 71%). Para qualificar a atenção à gestante destacaram a necessidade de desenvolvimento de atividades educativas, o que tem sido impossibilitado por falta de espaço físico na unidade ou espaço na agenda do médico, bem como capacitação da equipe. Os médicos que responderam não fazer atendimento à gestante (n=8 ou 40%), relataram como principal motivo a existência do especialista em ginecologia e obstetrícia na unidade em que estão lotados.

Conclusão: Há necessidade de melhor formação do médico que atua na ESF, e de definição do seu papel e o do especialista em ginecologia e obstetrícia para atendimento à gestante nas unidades de atenção primária. Há, ainda que se rever a organização da APS no município, no sentido de se evitar dupla porta de entrada e a duplicidade de ações.


Palavras-chave


Atenção Primária à Saúde; Médicos de Família; Saúde da Mulher

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