Programa de rastreamento das neoplasias colorretais na Atenção Primária

Denis Conci Braga, Silvia Monica Bortolini, Samanta Sgarbi Vebber, Jéssica Viel, Gabriele Barazetti

Resumo


Introdução: O câncer colorretal é conhecido nos dias atuais como uma das neoplasias mais prevalentes, estando associado a uma elevada mortalidade, acometendo especialmente indivíduos com mais de 50 anos. A pesquisa de sangue oculto nas fezes (PSOF) é um método não invasivo e de baixo custo, podendo ser utilizada para rastreamento dessa patologia.

Objetivos: Avaliar a PSOF como método de triagem na detecção de lesões colorretais malignas e pré-malignas na população acima de 50 anos no município de Água Doce, situado na região meio-oeste de Santa Catarina.

Metodologia ou descrição da experiência: Trata-se de um estudo retrospectivo cuja base populacional é de 1814 habitantes (população com mais de 50 anos), transversal, analítico-descritivo. Foi solicitada na Estratégia Saúde da Família, a PSOF aos pacientes com mais de 50 anos, residentes no município. É necessário observar que os pacientes com história pessoal ou familiar de pólipos e/ou câncer de intestino, retocolite ulcerativa, doença de Crohn e câncer de mama, ovário ou útero devem obrigatoriamente iniciar o rastreamento aos 40 anos, através da colonoscopia e não através da PSOF. O período compreendido para amostragem foi de janeiro a outubro de 2013. Os dados coletados foram analisados no programa Epi Info, versão 7.0.9.7.

Resultados: Foram realizados 415 exames, que correspondem a 22,87% da amostra a ser estudada. A média de idade foi de 65,32 anos. As mulheres representaram 60,48% (n= 251) da amostra. O teste foi negativo em 379 casos (91,32%). Dentre os exames positivos (n=36), foram evidenciadas alterações em 15 casos (41,66%): pólipos hiperplásicos (n= 4); pólipos adenomatosos com ou sem displasia (n= 7); neoplasia cólon (n= 1); doença diverticular (n= 3). Além disso, três pacientes não apresentaram alteração na colonoscopia e 8 ainda não haviam realizado tal exame. Não houve associação entre anemia, tabagismo, história familiar para pólipos intestinais ou neoplasia de cólon e presença de alteração à colonoscopia.

Conclusões ou hipóteses: Embora preliminares, os resultados do estudo concluem que a aderência da população na realização de um exame de baixo custo pode resultar numa maior identificação de lesões malignas e pré-malignas colorretais, de modo que medidas intervencionistas possam ser aplicadas. Ainda, é possível estabelecer, em conjunto com os gestores, ações programáticas de promoção e até mesmo prevenção de saúde.




Palavras-chave


Neoplasias do Cólon; Programas de Rastreamento; Atenção Primária à Saúde

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