Planejamento estratégico situacional: qualificando um grupo de hiperdia na Estratégia Saúde da Família

Alessandro da Silva Scholze, Karina Reiser

Resumo


Introdução: A Equipe de Saúde da Família (EqSF) 10 de Itajaí–SC iniciou em 2009 um Planejamento Estratégico Situacional (PES) buscando melhorar seu processo de trabalho. Um brainstorm com todos os membros da EqSF indicou uma série de obstáculos para as atividades cotidianas. Um dos problemas selecionados como prioritários foi: “Falta de valorização das atividades de prevenção e promoção”, motivado principalmente pela baixa participação dos usuários nos grupos de educação em saúde para hipertensos e diabéticos (Hiperdia), realizados uma vez por mês na Unidade de Saúde.

Desenvolvimento: Na identificação das causas desse problema foram identificadas: 1)dificuldade de acesso à Unidade, localizada distante da área adscrita; 2)concorrência com atividades do Centro de Convivência do Idoso (CCI) que abordariam o mesmo público nos mesmos horários; 3)baixa adesão a atividades que não envolvessem assistência médica. Para definir os nós críticos, os ACS realizaram um levantamento rápido junto ao CCI, verificando quais freqüentadores moravam na área da EqSF10, concluindo que o número não era significativo. O PES trabalhou com as duas outras causas como nós críticos, estabelecendo como parâmetro de avaliação o número de usuários/mês nos grupos de Hiperdia, que era inferior a 10 usuários/mês, e estabelecendo como meta um aumento de 100% na reavaliação em nove meses. Modificou-se o formato do grupo, que passou a ser organizado por cada ACS em sua microárea, solicitando a um morador que cedesse espaço em uma tarde na sua residência e convidando 20 usuários próximos a esta, diminuindo a limitação geográfica para o acesso. Seguia-se um rodízio quinzenal entre as sete microáreas da EqSF. O outro nó crítico foi abordado estabelecendo-se um primeiro momento, com cerca de 45 minutos, para dinâmicas envolvendo um tema de educação em saúde, definido previamente na reunião da EqSF, e seguindo-se um momento assistencial. Neste, os usuários poderiam resolver questões que não demandassem uma consulta médica na Unidade, como a solicitação de exames de rotina ou orientações sobre o uso de medicamentos, para isso os ACS levavam para o grupo os prontuários dos usuários convidados.

Conclusão: a meta estabelecida foi superada, chegando a 20 usuários em um único grupo. Os usuários participaram efetivamente das atividades, ainda que não se tenha conseguido estabelecer uma definição dos temas a partir de sugestões destes. Além de contribuir para a maior freqüência, a introdução do momento assistencial permitiu resgatar várias pessoas que haviam interrompido o acompanhamento na Unidade ou mesmo abandonado o tratamento.


Palavras-chave


Educação em Saúde; Hipertensão; Diabetes Mellitus

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