Experiência exitosa da saúde da família e matriciamento em saúde mental infantil

Ana Laura Batista da Silva, Renato Walch, Wagner Ranña, Claudia Hernandes Franco, Tamires Barbosa de Andrade

Resumo


Introdução: Observa-se que as principais questões de saúde da criança e do adolescente tem sido aprendizagem, saúde mental e violência. A Residência de Medicina de Família e Comunidade da USP conta com o Matriciamento em Saúde Mental Infantil que implica em uma concepção interdisciplinar para vencer os obstáculos pertinentes à saúde, manter o cuidado no nível primário e reforçar o vínculo com o paciente.

Objetivos: - Estimular a interdisciplinaridade e intersetorialidade na abordagem de casos complexos. - Evidenciar a efetividade da ESF e do Matriciamento em Saúde Mental Infantil quando usado como instrumento na APS.

Metodologia ou Descrição da Experiência: R. de 8 anos apresenta quadro crônico de constipação intestinal. Frequentemente vai ao Pronto-Socorro sendo submetido à lavagem intestinal. A mãe é ex-etilista há cerca de 8 meses e é acompanhada em um serviço especializado. O pai é pedreiro e responsável pelos afazeres domésticos. Após se apropriar do contexto familiar, a equipe orienta mudanças alimentares e comportamentais. Diante da manutenção do quadro, recorre ao apoio matricial e opta pelo atendimento compartilhado com frequência quinzenal utilizando recursos lúdicos, escuta dos pais e do paciente. A proposta da equipe de Saúde é um prazo de até 6 meses e, caso não se obtenha sucesso, encaminhá-lo ao serviço de atenção secundária.

Resultados: Durante o seguimento faz-se a hipótese de Megacólon Psicogênico, de etiologia psíquica com exaustão e dilatação intestinal. Apesar da aparente cronificação da doença e da difícil situação familiar a criança possui recursos internos: é inteligente, participa de atividades extracurriculares e desenvolve habilidades artísticas. A participação dos pais no tratamento de R. possibilitou identificar a dinâmica familiar na qual o paciente estava capturado produzindo o sintoma, que foi deslocado através da interferência da equipe. Criou-se oportunidade de abordar outras questões, como as relações familiares, dar suporte ao tratamento da mãe e facilitar o acesso ao serviço para os outros membros.

Conclusão ou Hipóteses: O papel dos equipamentos sociais e de outros serviços de saúde facilitou o trabalho da ESF. A Atenção Primária à Saúde (APS) possui ferramentas peculiares que efetivam suas intervenções. O Matriciamento em saúde mental infantil, de uma maneira regular auxilia na resolução de questões que transcenderiam os limites da APS e, neste caso, foi essencial para a solução do problema.







Palavras-chave


Intersetorialidade; Matriciamento; Abordagem Familiar

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