Memórias da Vila Dique: remoções urbanas, saúde, história, cidadania e participação

Maria Amélia Medeiros Mano, Almerinda Argenta Gambin, Christiane Silveira Kammsetzer, Fernanda Silva de Almeida, Juliana de Bittencourt Escobar

Resumo


Introdução: A Vila Dique, marcada pela exclusão e vulnerabilidade social, está localizada próximo ao aeroporto de Porto Alegre. Em 2009, iniciam as remoções da vila em razão das obras da Copa do Mundo de 2014. Trabalhadores da USST e lideranças comunitárias em parceria com a Universidade Federal do Rio Grande do Sul criaram um projeto que pretende escutar e escrever a história desse processo e dessas pessoas.

Objetivos: O objetivo do Projeto Memórias da Vila Dique é contar a história da comunidade que sai e que fica. Para tal, acredita que a partir das vozes de seus próprios moradores, tornando-os protagonistas e sujeitos de suas trajetórias, a história contada e vivida é também resgate de identidade e cidadania.

Metodologia ou Descrição da Experiência: Iniciado em 2010, o projeto usa a metodologia das rodas de memória que é uma maneira de reunir, resgatar e ressignificar as vivências, bem como, mobilizar lutas frente a novos desafios. Em 2011, 2012 e 2013 o projeto foi contemplado com recursos do Ministério da Educação e Cultura. Em 2011, tais recursos foram direcionados a duas publicações que revelam as falas de moradores nas rodas de memórias, as impressões de trabalhadores de saúde e bolsistas do projeto, bem como fotos tiradas pelos próprios moradores em oficina de fotografia. Em 2012, os recursos estão focados na produção de um videodocumentário sobre os jovens e seus percursos e movimentos entre os dois territórios.

Resultados: Os resultados destes 3 anos de escuta, sistematização e estudo, está nas duas publicações – o Caderno de Textos e o Caderno de Memórias – , no videodocumentário e, ainda, estará nas marcas de memória, fruto dos recursos do edital de 2013. Estas serão composições com fotos e falas que pretendem, em diversos espaços públicos, em 2014, contar histórias, denunciar abusos e revelar outros olhares e versões. Mais que o palpável, o resultado está no aprendizado de estudantes, na interação história-memória-saúde e muito especialmente, no que a visibilidade de dramas silenciosos e a autoria tem o poder de refazer e reconstruir em termos de cidadania, autoestima, identidade, pertença e empoderamento.

Conclusão ou Hipóteses: Assim, a maior contribuição do Projeto Memórias da Vila Dique é o que o próprio processo das rodas e trocas proporciona a todos os envolvidos. A USST cumpre seu papel de cuidadora e a universidade cumpre seu papel de inserção e mudança. Ambas, junto com a comunidade, constroem um novo conhecimento, capaz não só de entender e estudar uma realidade, mas capaz de transformá-la.

 


Palavras-chave


História Oral; Empoderamento; Extensão Popular

Texto completo:

PDF

Apontamentos

  • Não há apontamentos.


                    

Este periódico é de responsabilidade das associações:

                     


Apoio institucional: