Atividade prática de saúde coletiva: calouros promovem saúde em comunidade do Amazonas

Laura Brandão Barros, Gustavo Demasi Quadros de Macedo, Cassiano Alencar de Vasconcelos Dias Jimenez, Iuri Matias Oliveira Schreiner

Resumo


Introdução: Na disciplina de Saúde Coletiva I, primeiro-anistas da Faculdade de medicina foram inseridos no Parque Residencial Mestre Chico, Manaus (AM), para acompanhar e perceber os problemas prevalentes na comunidade. A busca por soluções para melhoria da qualidade de vida desenvolve o olhar crítico-social, essencial ao médico, além de concretizar o papel social da Universidade Federal do Amazonas.

Objetivos: Diante dos problemas identificados, desenvolver metodologias que possibilitassem maior interação e fortalecimento do vínculo aluno-comunidade e de fácil compreensão, para que pudessem ser mais bem aproveitadas para mudança de estilo de vida permanente dos moradores do parque habitacional.

Metodologia ou descrição da experiência: M.J., 78, foi acompanhada por oito semanas consecutivas. Assim como a maioria dos moradores do Programa Social e Ambiental dos Igarapés de Manaus (PROSAMIM), não apresentava problemas aparentes na primeira visita. Com a convivência, percebeu-se que a dura realidade não se atava aos problemas de memória recente, pré-diagnosticado como Doença de Alzheimer ou a hipertensão controlada por remédios. A perda de um filho há 16 anos traumatizou-a. O sedentarismo ficou comum. Desenvolveu-se, então, atividades como confecção de diário, exercícios de palavras cruzada, incentivo a caminhadas e a integração familiar em ação conjunta para o estabelecimento de costumes mais saudáveis para a idosa.

Resultados: Após o esclarecimento de M.J a respeito de sua doença, mostrou-se mais motivada a mudar a situação em que se encontrava. No decorrer do acompanhamento, passou a realizar caminhadas semanais com as filhas. Provavelmente devido ao seu crescente bom humor e distração com diversas atividades, não mencionou mais a história da morte do filho, evidenciando discreto avanço em seu estado mental quanto a este fato. O vínculo de confiança e empatia criado entre a moradora e a equipe possibilitou maior motivação para criação de novas atividades e um comprometimento social que vai além de cobranças curriculares.

Conclusões ou hipóteses: A vivência foi fundamental para os estudantes estabelecerem um compromisso em estudar o caso e elaborar planejamentos, antecipando ao primeiro anista a necessidade de educação continuada do profissional da saúde primária. Desenvolver essas atividades muito ensinou aos estudantes e a família. Assim, M.J aprendeu conosco que podemos criar um pacto pela saúde; um pacto, pela melhoria de vida.

 


Palavras-chave


Promoção de Saúde; Comunidade; Atenção Primária à Saúde

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