Amamentação em crianças menores de um ano em uma Unidade de Estratégia Saúde da Família

Juliana J. Ferri, Vanessa D. Trindade, Yuri Z. Vieira, Priscila Luana Correia Güntzel, Giuliana Machado Danesi

Resumo


Introdução: O aleitamento materno exclusivo é considerado pela OMS a forma nutricional ideal nos primeiros seis meses de vida. Entretanto, vários fatores podem influenciar em sua adoção e manutenção, exigindo a elaboração de estratégias que assegurem tal cuidado.

Metodologia: Estudo transversal e retrospectivo, realizado através da verificação dos prontuários de crianças menores de um ano acompanhadas neste serviço de saúde. Foram incluídas crianças que estavam em atendimento nos meses de dezembro de 2011 e janeiro de 2012, sendo excluídas aquelas que não dispunham em prontuário da totalidade de dados avaliados.

Objetivo: Avaliar o perfil da amamentação e os fatores associados ao desmame em crianças menores de um ano em uma unidade da ESF no programa Prá- Nenê da prefeitura de Porto Alegre.

Resultados: Vinte e nove crianças estavam em acompanhamento no período de estudo; destas, 4 foram excluídas. Das 25 restantes, 40% mantinham aleitamento materno exclusivo ou o fizeram até o sexto mês, 8% tiveram o aleitamento materno contraindicado e 52% desmamaram precocemente seus filhos. O desmame antes dos 4 meses de vida ocorreu em 42% das crianças. O retorno materno ao trabalho foi a principal causa de desmame precoce (46%). Dentre o perfil materno associado à manutenção do aleitamento materno exclusivo preconizado, destacamos a escolaridade, a renda e o número de filhos. Cinquenta e quatro por cento das mães que apresentavam 1º grau incompleto (N11), 71% das mães com renda per capita <1 salário mínimo (N7) e 16,6% das mães que possuíam mais de 3 filhos (N6) mantiveram AME. A maioria (80%) das mães adolescentes também mantiveram AME conforme preconizado. Mães de crianças que mantiveram atendimentos mensais regulares (48%) demonstraram maior tendência em manter o AME (57%) comparadas às que compareceram a menos que uma consulta por mês (27%).

Conclusões: A manutenção do AME nos primeiros meses de vida continua sendo um desafio na atenção primária à saúde. Características relacionadas às condições de vida materna que poderiam ser vistas como de risco para o cuidado infantil podem facilitar o AME. Supondo-se que a permanência materna ao lado do bebê por mais tempo, mesmo que por tais condições, assegurariam tal benefício.


Palavras-chave


Amamentação; Manutenção; Fatores

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